Pós Graduação
SÍNDROME BAGGIO-YOSHINARI OU
BORRELIOSE HUMANA BRASILEIRA

O Laboratório de Síndrome Baggio-Yoshinari desenvolve projetos de pesquisa com apoio da agência de fomento FAPESP. As áreas de pesquisa são:

  1. Aprimoramento dos testes imunológicos ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) e Western Blotting a fim de auxiliar no diagnóstico da doença. Estes foram desenvolvidos com a cepa americana da Borrelia burgdorferi, pois a bactéria autóctone não cresce suficientemente em meio de cultura;
  2. Cultura e PCR de espécimes biológicos (sangue, LCR, líquido sinovial e biópsia de pele) de pacientes em fase aguda para isolar e identificar mais detalhadamente o agente etiológico;
  3. Sorologia em amostras de animais domésticos sintomáticos e PCR em carrapatos de áreas endêmicas.

A Síndrome Baggio-Yoshinari (SBY) ou Borreliose Brasileira é uma doença infecciosa transmitida por carrapatos que mimetiza a doença de Lyme (DL) do Hemisfério Norte, mas, apresenta particularidades.  O agente etiológico também está classificado no grupo da Borrelia burgdorferi sensu lato, mas, possui morfologia atípica e não cresce em meio de cultura específico.  As manifestações clínicas da SBY são semelhantes às da DL, porém, pode ocorrer recorrência mesmo após antibioticoterapia.   Os sintomas são lesão cutânea característica (Eritema Migratório) em 50% dos casos e acometimento articular, neurológico e cardíaco.   A artrite inicia geralmente em grandes articulações, especialmente em joelhos, e com a evolução, o padrão articular tende a ser poliarticular, incluindo o envolvimento de pequenas articulações. As manifestações neurológicas são meningite linfomonocitária, neurite craniana, neuropatia periférica, encefalo-mielite, meningo-radiculite, polirradiculoneurite (S. Guillain-Barré). Complicações oculares como uveíte, artrite retiniana e papiledema fazem parte das manifestações clínicas da SBY.  Apresenta outras manifestações cutâneas como linfocitoma borreliano, paniculite e lesões em placas sugestivas de esclerodermia. Os critérios diagnósticos da SBY compreendem parâmetros maiores, que inclui anamnese sobre história epidemiológica; interrogatório sobre presença de EM ou manifestações articulares, neurológicas, cardíacas, oculares, isoladas ou recorrentes e positividade sorológica para B. burgdorferi. Como parâmetros menores inclui-se a existência de episódios de recorrência dos sintomas, manifestações da Síndrome da fadiga crônica e distúrbios auto-imunes. Admite-se diagnóstico de SBY na presença de três critérios maiores ou dois maiores e dois menores, contudo, deve-se ter o cuidado de excluir enfermidades auto-imunes e infecciosas. Na prática médica, a ocorrência de picada por carrapato e desenvolvimento de EM, determinam o diagnóstico de SBY.

Este laboratório conta com a seguinte infraestrutura:

  1. Cabines Biológicas: Equipamento de proteção coletiva que permite a manipulação de amostras biológicas, culturas celulares e bacterianas em meio ambiente estéril.
  2. Microscópio de campo escuro e claro com sistema digital de documentação: Equipamento para análise da morfologia e da viabilidade bacterina em meio de cultura, assim como, para análise celular e bacteriana de esfregaço sanguíneo em lâmina.
  3. Microscópio invertido: Equipamento para visualização de culturas em placa ou frasco.
  4. Incubadoras a seco e de CO2: Equipamento para manter culturas celulares e de microrganismos.
  5. Termociclador: Aparelho para amplificar fragmentos específicos de DNA a partir de amostras biológicas como sangue, LCR, biópsia, etc.
  6. Cabine para PCR: Aparelho para preparação de soluções livres de DNA.

Equipe

Dra. Virgínia Lucia Nazario Bonoldi – Farmacêutica, mestre e doutora pela FMUSP

Colaborações Nacionais

Instituto Butantan – Departamento de bacteriologia – Dra. Patrícia Antônia Estima Abreu de Aniz